domingo, 28 de novembro de 2010

Se me ponho a cismar em outras eras.

Em que ri e cantei, em que era querida.
Parece-me que foi noutras esferas.
Parece-me que foi numa outra vida.
E a minha triste boca dolorida.
Que dantes tinha o rir das primaveras.
Esbate as linhas graves e severas.
E caí num abandono de esquecida.
E fico,pensativa, olhando o vago...
Tomo a brandura plácida de um lago.
O meu rosto de monja de marfim.
E as lagrimas que choro, branda e calma.
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim.
Florbela Espanca.

1 comentários:

Anónimo disse...

Florbela terá sido, porventura, a poetisa que melhor soube traduzir a dor, por vezes levada a um desespero. Ressalvado este aspecto, a sua poesia (impregnada de sentimento, inspiração, culto interior e beleza formal), atingiu o culminar do lirismo.
............

Rever o passado...
Todo o passado apresenta as mais variadas vertentes, algumas das quais se podem chocar entre si. Recordar as que possam revelar amargura para nada mais servem senão estatísticas... delas valendo apenas recolher a forma como a dor foi (ou pode ser) vencida... caminho sempre necessário para um novo ponto de partida.



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©2007 '' Por Elke di Barros