terça-feira, 9 de novembro de 2010




Nesta utopia do tempo.

Não importa se traz lágrimas, ou tormento.

belos serão os momentos.

Que hei-de levar da vida.

Lindas recordações,no momento da partida.



Nesta utopia do tempo.

Onde florescem as Primaveras.

Nas areias brancas, da Esperança.

Vale a pena voltar a ser criança.


Não sei quantas almas tenho!

Nesta utopia do tempo.

Sou minha própria paisagem.

Estou nesta vida de passagem.



Aí se eu pudesse viajar.

Por ares e mares.

Voar com o vento.

Nesta utopia da vida.

Correria contra o tempo.



2 comentários:

Anónimo disse...

Que importa ser utopia? Como escreveu Castilho, "as realidades importantes do presente já foram utopias no passado; assim acontecerá (com o futuro) a muita utopia de hoje".

"Vale a pena voltar a ser criança" e, de olhos fechados, sonhar. O verde dos prados, o cinzento das rochas, o cristalino das águas correntes, o azul do céu sem fim... estarão sempre ao alcance dos "olhos" do sentimento.

O teu poema de hoje transportou-me à nova "Atlântida", verdadeiro paraíso terrestre, sem espaço nem tempo... tangível um dia só com o pensamento.

O mar da vida até pode ser uma utopia; mas havia lá barcas, muitas barcas... e ninguém via barcas nas tuas barcas. Ninguém te via viajares nelas e eram tão belas as tuas caravelas: barcas de sonho, em movimento, deslizavam seguras, mar além, sem ninguém... só com a magia do teu olhar, sem cessar... embaladas pelas ondas, levadas pelo vento.

Anónimo disse...

Corri atrás do tempo mas o sol já se despedia ao longe e, em breve, não tardaria (descendo na monotonia), a mais densa escuridão. Negras se apresentavam as imagens, negras as ideias correntes, repetindo-se o nefasto ritual da terrível noite do meu templo.

Por que não regressavam ao meu "eu" os encantos da natureza e a tão desejada paz que outrora me imprimiam vigor e confiança? Tudo era sombrio. O sol perdera a cor e brilho, com brilho e cor jazentes... como cinzas de todo um passado.
Por que tardava a madrugada? Perdido na tempestade, invoquei novas forças e a uma nova alvorada fiz preces.

Subitamente a aurora rompeu, erguendo-se das cinzas e do esquecimento... e novamente a terra sorri, vendo rir o sol no cântico que celebra. Há brilho, há cor, é dia. Quero lutar! Quero viver!



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©2007 '' Por Elke di Barros